"O anarquismo defende a possibilidade de organização sem disciplina, temor ou punição, e sem a pressão da riqueza."

emma goldman

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2008/11/13

visões antropofágicas

... através do cinismo debochado de Calígula – obra da dramaturgia de Albert Camus –, descortina-se com transparência uma pertinente assertiva sobre o ato de governar, qual seja ela:

“Governar é roubar, toda a gente sabe. Mas há maneiras e maneiras. Por mim, roubarei francamente”


Se é para falar com franqueza, é preciso que se diga mais sobre este assunto: eles – os governantes – roubam, SIM!! E não é pouco e nem de hoje. Mas está claro que é um roubo consentido, pois conta com a anuência dos governados, que por medo ou por preguiça, se mantém na posição cômoda da subserviência.

Olhos colados ao chão e com um sorriso atabalhoado estampando na cara, os submissos defendem o direito dos algozes levantarem o acoite em direção aos céus... E, bem como, de deixá-lo descansar no lombo dos seus próprios aliados (vocês já devem suspeitar a quem me reporto, aos preguiçosos e/ ou medrosos!) que garantem com essa postura subalterna aos senhores donos dos anéis, manter-se encastelados nas estruturas verticais de poder.

Estes sistemas maniqueístas são organizados com o objetivo evidentemente prático de excluir a maioria dos entraves sociais (gente, estou falando de gente!) para o desenvolvimento dos sistemas de exploração econômica, isto pelo mero prazer de colecionar (acumular) coisas multicoloridas de significância simbólica/ utilidade duvidosa.

Primeiro a submissão aos poderes constituídos, e segundo a exclusão social na partilha do fruto do trabalho e/ ou botim, eis a dobradinha que permite a roda da acumulação capitalista seguir inexoravelmente seu curso em busca do derradeiro abismo que ainda hoje separa o prazer egoístico de alguns poucos e a grande massa dos despossuídos de bens materiais, e por osmose de quaisquer outros desejos lúdicos e/ ou prazeres mundanos...

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