"O anarquismo defende a possibilidade de organização sem disciplina, temor ou punição, e sem a pressão da riqueza."

emma goldman

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2009/02/03

extraindo conceitos


Quando invadiu o Afeganistão em 2001, o presidente dos EUA afirmou estar numa guerra do bem contra o mal. Bush estava certo em qualificar o Talibã como o mal, mas o fato é que o Estado norte-americano encontra-se muito longe de ser algo minimamente bom.

É terrível que tenham morrido cerca de cinco mil pessoas no ataque às Torres Gêmeas (World Trade Center) em 11 de setembro de 2001, mas é 20 vezes mais abominável que tenham morrido mais de 100 mil civis japoneses no ataque nuclear estadunidense a Hiroshima e Nagasaki.

Igualmente horrível foi a ofensiva que a força aérea americana batizou de “Grand finale”, em que mil aviões bombardearam alvos civis japoneses em 14 de agosto de 1945, mesmo depois da rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial. Junto com as bombas que matavam a
população japonesa (que nada tinha a ver com os atos de seu governo) eram jogados panfletos que diziam: “O Japão redeu-se”.

Outra barbaridade foi o bombardeio a Tóquio em 10 de março de 1945. Primeiro lançam óleo em forma de gel, depois napalm. O napalm para bloquear o rio, a fim de que as pessoas não pudessem chegar a ele. Quem tentou saltar na água simplesmente queimou até à morte, porque ele estava fervendo. Estima-se que os soldados americanos tenham matado, só dessa vez, de 80 mil a 200 mil seres indefesos.

Porém não foi apenas o Japão a ser atacado pelos Estados Unidos. O governo americano já bombardeou Belgrado, Bagdá, Vietnã, Coréia do Norte, além de ter apoiado ditaduras sangrentas na África, América do Sul e indonésia. Quando perguntada, lá pelo final do século 20, sobre o meio milhão de crianças mortas em virtude da política externa americana, a então secretária de Estado Madelleine Albright disse: “É um preço alto, mas estamos dispostos a pagá-lo”.

São milhares e milhares de mortos a troco de quê? Os EUA dizem que fazem isso pela
democracia, e o Talibã afirma que o faz por Deus. Mas o fato é que ambos lutam por dinheiro e poder. Por que não se opta pela paz? Ora, porque a guerra é muito mais rentável para os governos, apesar de sempre terrível para a população.

A guerra é um instrumento financeiro em que só o povo sai perdendo. E este povo, em vez de agitar bandeiras em honra de seus opressores, deveria atirá-las de vez ao fogo num repúdio total aos nacionalismos e às guerras. A conquista da paz passa, necessariamente, por uma mudança nas estruturas de poder que acabe com toda e qualquer forma de imperialismo cultural, econômico, político ou militar.

# texto transcrito da revista
O BERRO
(ano 1/ nº1/ novembro de 2008)

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Um comentário:

Anônimo disse...

Pô valeu cara
Não tinha visto ainda
Ficou muito legal
Fabio da Silva Barbosa
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