"O anarquismo defende a possibilidade de organização sem disciplina, temor ou punição, e sem a pressão da riqueza."

emma goldman

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2009/03/31

pipoca & celulóide


Edu Guimarães

Quando se pensa em filme de guerra, provavelmente vem à mente algum filminho norte-americano em que um super-soldado-herói salva a pátria e os companheiros, livrando o país e o mundo dos homens maus.

A visão dos filmes sempre é dada pelos homens adultos e raramente a visão de uma mulher ou de uma criança é retratada. Em "Vozes Inocentes" o diretor Luis Mandoki conta a impressionante e triste história do garoto Chava, 11 anos, que vive entre o desespero e a tensão da guerra civil que devastou El Salvador nos anos 80.

O impressionante da história é o fato de ter sido baseada na vida de Oscar Orlando Torres, roteirista do filme que aos 12 anos foi levado aos Estados Unidos para escapar da guerra. O longa se passa entre as sujas e pobres favelas de El Salvador, iguais aquelas que vemos aqui mesmo, do nosso lado. Chava, interpretado pelo garoto Carlos Padilla, vê seus amigos serem levados pelo exército para se tornarem soldados assassinos.

Todos os garotos quando completavam 12 anos eram levados pelo exército para se incorporarem aos pelotões. Chava e alguns amigos resolvem se unir à guerrilha da qual fazia parte seu tio, mas a tentativa de se mostrar contra a selvageria pela qual passava seu povo foi infrutífera.

O filme traz momentos de ternura em família e até do primeiro amor entre o pequeno Chava e Cristina Maria (Xuna Primus), a filha da professora, mesclado com bombardeiros, morte e medo.

"Vozes Inocentes" é um filme forte por ter o cheiro da verdade e do medo também.

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SANCTUARIUM

2 comentários:

Anônimo disse...

michel onfray:

"Apesar do sofrimento da existência humana, que sempre existiu e existirá, é preciso viver em pé, com dignidade e não ajoelhado. O filósofo [amigo do saber] tem a obrigação de construir um movimento universal de elevação da condição humana".

Anônimo disse...

uma pergunta que não quer calar:

por que as crianças são inseridas, à sua revelia, em estruturas verticais de poder (escola, igreja, exército etc) para serem disciplinadas, formatadas e controladas em sua curiosidade natural?

Qual o risco que as crianças representam?

de imediato vem à memória uma passagem cinematográfica curiosa, onde uma criança fêmea, carregando sobre o seu próprio peito um livro de física quântica, dispara o sinal de alerta do macho adulto...

nesse momento temos o perigo de tipo médio em os homens de preto (representantes do sistema de vigilância e proteção global) e a decisão definitiva é tomada com base no campo das probabilidades, um perigo que não tem nenhum vínculo com a realidade concreta.

... que com um tiro certeiro na testa da infante conclui pela eliminação física dessa provável ameaça, isso sem qualquer tipo de direito a defesa ou julgamento formal.

Onde estará este perigo iminente, nas crianças, que tanto tememos??