"O anarquismo defende a possibilidade de organização sem disciplina, temor ou punição, e sem a pressão da riqueza."

emma goldman

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2009/05/10

seminário ferrer y guàrdia -- 100 anos


Neste processo de gestação do seminário, que realizar-se-á em Outubro na cidade do Salvador- Bahia, sobre os cem anos de fuzilamento de Francisc Ferrer i guàrdia pela égide do Estado Espanhol – bem como sob a proteção ‘divina’ da Igreja Católica Apostólica Romana – estaremos disponibilizando n’o homem revoltado alguns textos para tentar inseri-lo, bem como a sua proposta pedagógica não-autoritária, nesse universo prazeroso de permutas entre os prováveis participantes desta empreitada que a nós se apresenta.
Fazemos isto por tratar-se de um pedagogo pouco conhecido nas nossas belas e ensolaradas praias “brasilenas”.

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Para Ferrer, a educação racional opera como mecanismo de defesa contra os preconceitos e a ignorância a serviço do poder político econômico.

A Escola Moderna de Ferrer pratica a co-educação dos sexos, a co-educação das classes. Daí ela não procurar estabelecer novas desigualdades, daí não outorgar prêmios por “excelência” escolar, nem castigos, nem exames em que um se salienta, a média se conforma com a nota de “aprovado” e os infelizes sofrem o opróbrio dos incapacitados até a final exclusão do sistema escolar. São diferenciações extremamente reacionárias.

Na Escola Moderna, procura-se desenvolver as faculdades da infância, sem sujeição a padrões dogmáticos, nem mesmo como síntese de convicções de Ferrer, seu fundador, e de seus professores. A finalidade é tornar cada aluno seu próprio mestre, enfrentando a existência com responsabilidade pessoal.

Nota Ferrer a pressão da chamada comunidade (especialmente pais de alunos) influenciada pela ideologia da letra com sangre entra. Estes solicitavam a ele e a seus professores que infringissem castigos e penas aos seus filhos, enquanto outros criticavam a Escola por não dar oportunidade ao filho para “brilhar” num exame.


*extrato do artigo Francisco Ferrer e a pedagogia libertária, de Maurício Tragtenberg. In: Sobre educação, política e sindicalismo, de Maurício Tragtenberg; Editora Unesp; 2004.


2 comentários:

Vinícius A.C. disse...

Pois é. Procurarei me informar melhor sobre a Pedagogia Libertária, doravante. O único, empecilho pra mim, é o tempo. Tô participando de um grupo de estudos sobre a vida e obra de Paulo Freire e trocando experiências com os pedagogos e outros estudantes.

João disse...

Tempo, tempo, fiel companheiro consumidor de nossas vida sem delícias.
Comeremos acarajé logo-logo e poderemos encaminhar o seminário.