"O anarquismo defende a possibilidade de organização sem disciplina, temor ou punição, e sem a pressão da riqueza."

emma goldman

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2009/05/15

por e-mail

Nota de falecimento de Edgar Rodrigues

por Centro de Cultura Social -
-- São Paulo,
15 de maio de 2009


Informamos com profunda tristeza o falecimento do escritor anarquista, militante e associado do Centro de Cultura Social, Edgar Rodrigues.

Sua morte se deu por volta das 20h de ontem, 14/05, devido a uma parada cárdio-respiratória. O corpo será cremado entre sábado e domingo sem cerimônia, como era a vontade de Edgar.

Autor de dezenas de obras e centenas de artigos sobre a história e as idéias anarquistas no Brasil e em Portugal, Edgar foi o maior e o mais importante difusor da cultura libertária desde o final dos anos 1960 quando publicou, sob a ditadura militar, a trilogia tornada clássica e indispensável em nossos dias: “Socialismo e Sindicalismo no Brasil, 1675/1913”, “Nacionalismo e Cultura Social, 1913-1922” e “Novos Rumos, 1922-1945”.

[...]

A jovem geração anarquista que surge em meados dos anos 1980 juntamente com a reabertura do Centro de Cultura Social de São Paulo, certamente não saberia passar sem Edgar Rodrigues. Esta geração lhe é grata pela generosidade com a qual ele sempre soube lidar com o patrimônio cultural do anarquismo e por seu trabalho incansável de resgate da história e da memória anarquista.

Edgar que se foi aos 88 anos estará sempre presente para nós por meio de suas obras, por sua tenra lembrança e por uma vida dedicada ao anarquismo.

Saúde e Anarquia!

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Centro de Cultura Social
Rua General Jardim, 253 sala 22
(metrô república)


2 comentários:

Anônimo disse...

em entrevista a Jorge Silva,

Edgar Rodrigues:

- A revolução popular russa de fevereiro de 1917 foi a esperança de milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo na América Latina, só que, logo depois, o golpe dos comunistas em outubro e a aplicação do projeto estatizante e autoritário criou o sistema tudo para o estado (e suas burocracias) nada para o povo. O resultado está aí à vista passados 80 anos. Uma história de: repressão monstruosa, corrupção, crimes, exploração, falta de liberdade, liquidando toda uma esperança e expetativa criada para os pobres e explorados de todo o mundo e gerando sociedades que hoje entraram em colapso. A obsessão do poder cegou de tal forma essas burocracias que nem os deixou ver que a pirâmide, em que estavam sentadas, estava ruindo. Afinal o gigante tinha pés de barro...

Mas isto não foi o fim da utopia. Esta só morrerá com o homem. Uma sociedade realmente socialista e libertária teria de se apoiar em três pontos principais: No homem como ser livre e capaz de se melhorar e aperfeiçoar; numa educação racionalista e humanista que contribuísse para capacitar técnica e socialmente os membros da sociedade e criar uma ética e uma cultura que reforçasse os laços comunitários e de solidariedade; na liberdade plena, com igualdade efetiva de direitos e deveres. Só assim uma sociedade autogestionária poderia desenvolver suas raízes.

Utopia? O tempo dirá se o ser humano não pode revelar todo o seu potencial societário positivo que segundo Kropotkin é a base da cooperação e entre-ajuda na sociedade. Otimisticamente os libertários acham que sim.

João disse...

Precisamos realizar uma menção ao Edgard durante o possível seminário sobre Ferrer & Guardia.
Talvez uma mostra com os livros que possuímos dele seja uma boa.
Até