"O anarquismo defende a possibilidade de organização sem disciplina, temor ou punição, e sem a pressão da riqueza."

emma goldman

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2010/05/10

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MAIO TEMPO TRÁGICO

Oficina Libertária 2010

(12/05, quarta-feira às 19h)

Nos anos 1990 é colocado em evidência pelo pós-anarquismo um certo número de analogias entre o pensamento anarquista dos séculos XIX e XX e aquilo que se convencionou chamar pensamento pós-estruturalista.

Isso permitiu ao anarquismo entrar na universidade não mais como objeto de estudos, mas como instrumento analítico para analisar o exercício do poder. Todavia, segundo o pós-anarquismo, o anarquismo compartilha da mesma análise do poder das teorias marxistas e liberais, análise que toma o poder como essencialmente repressivo agindo sobre uma natureza humana boa.

Neste artigo proponho uma abordagem positiva do anarquismo, através de uma analítica em termos de relação de forças no domínio político, um dos aspectos fundamentais dos estudos em governamentalidade.

Foucault, ao recuar tanto a concepção jurídica e liberal quanto a concepção marxista, introduziu na sua analítica do poder o que chamou de “hipótese Nietzsche” que consiste em tomar como princípio e motor do poder político de nossas sociedades a guerra, a luta e o afrontamento.

Proudhon retomou a guerra a partir de estado de combate perpétuo de forças agindo do indivíduo à economia política. Com esta lógica guerreira, se esquiva das influências do legiscentrismo resultante da Revolução Francesa, bem como de seu oposto, a escola histórica de Savigny [Friedrich Carl Von Savigny: história da ciência do direito], dirigindo sua crítica ao governo como práticas de autoridade. Proudhon estabelece sua análise do governo a partir de seu exercício efetivo, de como o poder governamental é exercido.

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Proposta de Estudos:

II) 12/05, quarta-feira as 19h:

Proudhon e Foucault, por uma “filosofia relacional”**

III) 26/05, quarta-feira as 19h:

Errico Malatesta e Michel Foucault sobre o fascismo**

IV) 16/06, quarta-feira as 19h:

“Anarquismo e governamentalidade” ou uma concepção analítica do poder**

V) 26/06, sábado as 16h:

“Anarqueologia dos saberes”: apresentação e lançamento do livro Do governo dos vivos. Curso no Collège de France, 1979-1980 (excertos), de Michel Foucault (Editora Achiamé, Rio de Janeiro, trad. de Nildo Avelino).

(*) Nildo Avelino é Doutor em Ciência Política pela PUC-SP e Pós-Doutorando em História Política pelo IFCH/UNICAMP. É pesquisador na área de Teoria Política sobre os temas: anarquismo, governamentalidade, anarqueologia. Participou, em setembro de 2009, do seminário internacional “Anarchismo, post-anarchismo e nuovi movimenti antiautoritari nella società contemporanea” realizado em Pisa pela Biblioteca Franco Serantini no âmbito da XIV Conférence Internationale della Fédération Internationale des Centres d'Études et de Documentation Libertaires (FICEDL), bem como do workshop “Anarchism” coordenado por Ruth Kinna durante a 6th Annual Conference in Political Theory da Manchester Metropolitan University. É militante do CCS desde 1991.

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