"O anarquismo defende a possibilidade de organização sem disciplina, temor ou punição, e sem a pressão da riqueza."

emma goldman

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2010/05/09

extraindo conceitos__51b

SEGUNDA-FEIRA, 3 DE MAIO DE 2010

Receita de paises ricos,

povos pobres e planeta destruído

O discurso dos dois principais candidatos à Presidência do Brasil, Serra e Dilma, apontam na mesma direção: construir a quinta maior economia do planeta (hoje, patinamos entre a oitava e a nona posições).

No entanto, falta à nossa mídia amestrada a análise histórica desta pretensão.

A pergunta é: qual país superpopuloso que ofereceu ao seu povo um alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) misturando modo de produção capitalista e superpopulação?

Vejamos a China.

Desde o fim do poder do grupo de Mao Tsé-tung à frente do Partido Comunista Chinês e a ascensão do grupo de Deng Xiaoping, instalando um capitalismo misturado com o modo de produção asiático (como Max Weber define – autoritarismo político com controle dos meios de produção pelo Estado), que a China passou a ser de um dos países mais pobres do mundo (muito mais pobre que o próprio Brasil) à terceira economia mundial nos dias de hoje.

O PIB chinês está próximo de passar o do Japão e especialistas apontam que a China terá uma economia maior do que a dos EUA até 2025 ou, segundo outros, muito antes disso.

Contudo, a China tem 1,4 bilhão de habitantes e sem esgotar boa parte das fontes de matérias-primas do planeta, os dirigentes chineses jamais oferecerão a este mundaréu de gente um nível de vida igual ao da maior parte dos americanos.

Então, o que vemos, é uma China com cerca de 350 a 400 milhões de pessoas consumindo de forma parecida com os países desenvolvidos, e 1 bilhão vivendo pior que os brasileiros pobres, sendo que, pelo menos 400 milhões, em áreas rurais, vivendo na mesma miséria que viviam na época dos imperadores mandchus.

Segundo a CIA e o FMI, a China é a terceira maior economia do mundo. O Banco Mundial acha que é a quarta, mas, de um jeito ou de outro, a renda per capita dos chineses é de 3,2 mil dólares anuais, isto é, estão em centésimo quarto lugar no mundo. E em termos de IDH, o 0,77 deles os coloca em nonagésimo segundo lugar, no mesmo nível da África.

Outro caso importante é a Índia.

Os indianos ocupam a décima segunda posição entre os maiores PIBs do planeta, mas, com seus mais de 1,2 bilhão de habitantes, a renda per capita é de somente 1,017 dólares anuais, ou seja, centésimo quadragésimo terceiro lugar. E o IDH indiano é haitiano: 0,61, o que coloca a Índia em centésimo trigésimo quarto lugar.

Resumo: a Índia é um país rico para mais ou menos 200 milhões de indianos e paupérrimo para os outros 1 bilhão...

E para não ficarmos apenas nestes dois casos sem jeito, os Estados Unidos da América, segundo CIA, FMI e BIRD, são a maior economia da Terra, com 14,5 trilhões de dólares de PIB (quase quatro vezes a economia chinesa), mas o fato de ter 300 milhões de habitantes, coloca a sua renda per capita em sétimo lugar no mundo.

E o seu IDH em décimo quinto lugar, isto porque, há, pelo menos, 50 milhões de americanos que vivem na pobreza e, destes, cerca de 26 milhões não têm onde morar e 40 milhões não têm atendimento de saude pública nem tampouco têm dinheiro para pagar saúde particular.

Resumo: onde tem muita gente, mesmo quando se trata do país mais rico do mundo, há muita pobreza também.

A QUINTA MAIOR ECONOMIA

Em valores de hoje, o que Serra e Dilma querem é que o Brasil tenha um PIB do tamanho do francês, isto é, o dobro do nosso PIB atual de 1,481 trilhão de dólares.

Acontece, que com um PIB de 2,634 trilhões, os franceses, por controlarem a natalidade estritamente há um século, oferecem uma renda per capita aos seus 64 milhões de habitantes de 46 mil dólares anuais e um IDH “trés chic” de 0,96, o que torna os franceses o oitavo povo do mundo em qualidade de vida.

Mas, também, os franceses eram 50 milhões em 1968 e, hoje, 42 anos após, são apenas 64 milhões.

Já o Brasil, se conseguir o posto de quinta economia mundial, dividirá o mesmo PIB da França por 200 milhões de pessoas, o que nos dará uma renda per capita de pouco mais de 13 mil dólares anuais, pouco diferente dos 8 mil dólares atuais.

Hoje, somos a sexagésima renda per capita do mundo, passaríamos a ser, talvez, a quinquagésima.

Melhora, mas fica a anos-luz do nível de vida de países como Luxemburgo, com 113 mil dólares anuais. Noruega, com 94 mil dólares. Suiça, 68 mil. Dinamarca, 62 mil. EUA, 55 mil dólares anuais por pessoa. Suécia, 52 mil dólares anuais por habitante. Espanha, 35 mil dólares anuais por cabeça.

E, até o pequeno Portugal, teria seus habitantes duas vezes mais ricos que os brasileiros.

E mesmo os argentinos e os chilenos continuariam a ter um nível de vida mais alto que o nosso, mesmo a economia brasileira sendo maior que a deles.

Eles controlaram a natalidade há décadas. Nós, não.

O Brasil tinha 90 milhões de habitantes em 1968. Se mantivesse a população estável, aí sim, como quinta economia, seríamos um povo de alto nível de renda. Mas chegando perto dos 200 milhões de habitantes, nosso PIB teria que ser maior do que o do Japão para termos uma vida semelhante à dos japoneses.

Mas, aí, Serra e Dilma teriam que planejar quadruplicar nosso PIB e não duplicar. Só que exportando minério de ferro e suco de laranja, não dá, né não?

E MALTHUS ESTAVA CERTO

Quando o economista e biologo Thomas Robert Malthus lançou, em 1798, o livro “Ensaio sobre o princípio de população”, não foi bem aceito por religiosos e capitalistas que queriam muita mão-de-obra barata para a nascente indústria inglesa.

Durante o século passado, foi mais mal visto ainda, pois com os avanços tecnológicos, o capitalismo prometia o paraíso na Terra para breve.

Hoje, contudo, com o planeta à beira da exaustão, a natureza descontrolada e a miséria avançando sobre a África, Ásia e América Latina, Malthus volta a ser estudado com seriedade, pois o crescimento populacional do jeito que se vê no mundo nos últimos 200 anos, só levará à destruição do planeta e à miséria de bilhões de pessoas.

Aliás, como dissemos em artigo anterior, já levou..., pois quase 2 bilhões de pessoas hoje em dia têm dificuldade de conseguir um copo de água potável para beber por dia e, destes, 1 bilhão vivem na miséria absoluta.

Vivemos, nos países pobres como China, Índia, Brasil, Indonésia, Paquistão, Bangladesh, Nigéria, México, Egito, África do Sul, o que Malthus chamava de “praga biológica” – nasce muito mais gente do que morre e os meios de sobrevivência não crescem na proporção do crescimento da população.

Só políticos corruptos, capitalistas gananciosos e religiosos sem caráter ainda defendem a natalidade desenfreada que nos levará ao aterrorizante número de 7 bilhões de pessoas em setembro deste ano.

Cresça ou não a economia...

fonte:

http://osinimigosdorei.blogspot.com/2010/05/superpopulacao-capitalismo.html

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