"O anarquismo defende a possibilidade de organização sem disciplina, temor ou punição, e sem a pressão da riqueza."

emma goldman

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2010/06/13

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Anarquismos e Governamentalidade

Nildo Avelino*

O artigo propõe uma problemática de estudo intitulada “anarquismos e governamentalidade” através da qual a anarquia é descrita como um posicionamento crítico frente ao poder cuja análise do governo é tomada não através das formas ou da origem do poder, mas a partir das práticas de governo, ou do como o poder governamental é exercido.

Trata-se de um posicionamento em que a inteligibilidade do político é analisada em termos de relações de força e o governo em termos de tecnologia.

Por meio desta problemática é possível não somente aproximar a atitude anárquica dos estudos em governamentalidade, como também apontar, a partir da configuração dada à anarquia por Proudhon, a possibilidade de uma relação de procedência: de que maneira e em que medida seria possível falar de uma procedência dos estudos em governamentalidade na anarquia esboçada por Proudhon no século XIX?

Inicialmente, retoma-se o deslocamento operado por Michel Foucault que levou da linguagem da guerra para o governo, inaugurando os estudos em governamentalidade; em seguida a anarquia é descrita através da concepção proudhoniana que não somente analisa o político em termos de relações de força, mas toma essas mesmas relações como prisma reflexivo para a análise.

Proposta de Estudos:

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IV) 16/06, quarta-feira as 19h:

Anarquismo e governamentalidade ou uma concepção analítica do poder

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V) 26/06, sábado as 16h:

“Anarqueologia dos saberes”: apresentação e lançamento do livro Do governo dos vivos. Curso no Collège de France, 1979-1980 (excertos), de Michel Foucault (Editora Achiamé, Rio de Janeiro, trad. de Nildo Avelino).

(*) Nildo Avelino é Doutor em Ciência Política pela PUC-SP e Pós-Doutorando em História Política pelo IFCH/UNICAMP. É pesquisador na área de Teoria Política sobre os temas: anarquismo, governamentalidade, anarqueologia. Participou, em setembro de 2009, do seminário internacional “Anarchismo, post-anarchismo e nuovi movimenti antiautoritari nella società contemporanea” realizado em Pisa pela Biblioteca Franco Serantini no âmbito da XIV Conférence Internationale della Fédération Internationale des Centres d'Études et de Documentation Libertaires (FICEDL), bem como do workshop “Anarchism” coordenado por Ruth Kinna durante a 6th Annual Conference in Political Theory da Manchester Metropolitan University. É militante do CCS desde 1991.

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