"O anarquismo defende a possibilidade de organização sem disciplina, temor ou punição, e sem a pressão da riqueza."

emma goldman

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2010/06/01

extraindo conceitos__58

Segunda-feira, Março 31, 2008



A guerra é o alimento do Estado. Ela automaticamente põe em funcionamento através da sociedade aquelas forças irresistíveis de uniformidade, de cooperação apaixonada com o Governo na coação de grupos minoritários e indivíduos que carecem de um maior senso coletivo.

O mecanismo governamental estabelece e aplica drásticas penalidades; as minorias são obrigadas a ficarem em silêncio ou são levados a mudar suas opiniões por um sutil processo de persuasão que parece os estar realmente convertendo.

É claro, o ideal da perfeita lealdade, da perfeita uniformidade, nunca é de fato alcançado.

O entusiasmo das classes submetidas ao trabalho amador de coerção se fatiga, mas freqüentemente a agitação delas serve, não ao propósito de convertê-las, mas para aumentar suas resistências.

As minorias se tornam intratáveis, e surgem algumas opiniões intelectuais amargas e satíricas. Porém, em geral, a nação em tempos de guerra alcança uma uniformidade de sentimentos, uma hierarquia de valores, que culmina num apogeu indisputável do ideal do Estado, o qual não poderia ser produzido através de nenhum outro meio a não ser a guerra.

A lealdade — ou devoção mística ao Estado — se torna o maior valor humano imaginável. Outros valores, tais como a criatividade artística, o conhecimento, a razão, a beleza, a melhoria da vida, são instantânea e quase que unanimemente sacrificados, e as classes significativas que se transformaram em agentes amadores do Estado se envolvem não somente no sacrifício desses valores para sipróprias, mas na coação de todas as outras pessoas, para que elas também os sacrifiquem.

randolph bourne

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