"O anarquismo defende a possibilidade de organização sem disciplina, temor ou punição, e sem a pressão da riqueza."

emma goldman

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2010/06/02

indicação de leitura


A temática do niilismo certamente não é de fácil abordagem. De caráter esquivo, ambíguo e de pouca clareza, o niilismo parece não aceitar definições e usos precisos, fixos e seguros.

O autor discute o niilismo em seus aspectos sócio-históricos no momento de seu surgimento e de seu uso político na Europa da segunda metade do século XIX.

O questionamento principal diz respeito às formas - em termos de imaginário - com as quais os sujeitos sociais lidaram com propostas ativas de rompimento com valores, instituições e sentidos pré-existentes em suas sociedades.

O presente livro é dividido em dois capítulos.

Apresenta em seu início, o niilismo na Rússia da segunda metade do século XIX e discute o desenvolvimento do mesmo no imaginário daquela sociedade juntamente a ações de jovens estudantes socialistas, que atuavam nas grandes cidades do país, como São Petersburgo, Moscou e Novgorod em tentativas de organizar a população camponesa e operária para a ação revolucionária contra o Estado czarista.

No segundo capítulo, o foco de análise desloca-se socialmente para a discussão do niilismo entre os anarquistas terroristas da Europa Ocidental.
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Lançamento do livro


Recentemente, foi lançado pela editora Annablume o livro “O niilismo social: anarquistas e terroristas no século XIX”, de autoria do historiador Fabrício Pinto Monteiro. O autor que "não é nenhuma ‘estrela’ do universo universitário; não propõe complexas relações teórico-especulativas oriundas de discussões “umbigocêntrigas” da academia para a história do movimento anarquista.


Sendo um professor da Educação Básica, a preocupação foi a de escrever uma narrativa feita realmente para ser entendida, embora não puramente descritiva (após a Introdução – eu acrescentaria; pode ser que alguns achem o esclarecimento inicial sobre o problema do niilismo um pouco enfastioso...).


O uso da violência é sempre um tema polêmico nos estudos políticos e quando esta violência toma a face do terrorismo, um incômodo ainda maior surge para as sociedades contemporâneas. A ameaça terrorista torna-se mais assustadora pela dificuldade que as nações ocidentais (principalmente) possuem ainda hoje em compreender os sentidos desse tipo de ação.


Muitas vezes, rotular os terroristas com epítetos que pretendam encerrar a discussão – “são apenas ‘fanáticos’ ou ‘loucos’, basta trancafiá-los ou eliminá-los” – parece suficiente para a maior parte das pessoas.


A situação não é tão diferente quando o assunto volta-se ao terrorismo revolucionário do século XIX: até grandes historiadores do movimento anarquista (como Max Nettlau, o “Heródoto da Anarquia”) mostraram-se constrangidos ou esquivos quando em suas obras tropeçaram no incômodo período do terrorismo ácrata.


Para o “niilismo russo”, discutido no primeiro capítulo do livro, o desprezo dos estudiosos em geral é ainda maior.


Faz-se, então, o convite ao leitor: que inicie a leitura deste livro aqueles que não se contentam apenas com soluções demasiado simplistas para o problema da violência política – como o falsamente conveniente “fanatismo” – e que acompanhem esta tentativa de destrinchar o emaranhado de sentidos, motivações e sentimentos (muitas vezes ambíguos, mas sempre fascinantes) que envolve o terrorismo revolucionário do século XIX".


Quem quiser adquirir o livro é só entrar em contato com Thiago Lemos Silva atráves do e-mail: thiagobakunin@yahoo.com.br

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