"O anarquismo defende a possibilidade de organização sem disciplina, temor ou punição, e sem a pressão da riqueza."

emma goldman

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2010/08/12

extraindo conceitos


por
Moésio Rebouças

Ao terminar de ler a matéria sob o título a “Poluição ainda traz risco à região” (A Tribuna 8/8) a sensação que fica é que a poluição que existe na Baixada Santista é produzida somente pelo pólo industrial de Cubatão, o que é uma meia verdade.

Na região há outras fontes de poluição que são uma ameaça à saúde das pessoas, dos animais e das plantas, como por exemplo, o Porto de Santos, os postos de gasolina e os veículos automotores, leves e pesados.

A reportagem não menciona, mas a poluição atmosférica mata indiretamente muitas pessoas por ano na nossa região. Se em São Paulo morre, por que aqui não? Infelizmente, é praticamente impossível escapar dos poluentes na Baixada Santista.

E pra piorar, os prefeitos, os lobbies e grandes empresários da região não cansam de projetar mais portos, mais navios, mais estradas, mais pontes, mais carros, mais caminhões, mais expansão das indústrias, mais urbanização, mais prédios, mais cimento, mais impermeabilização do solo.

São tantos “mais” e pouquíssimos “menos”. São tantos projetos edificados numa relação de domínio tecnológico e economicista sobre a Natureza.

Será que estes senhores ainda não perceberam que os recursos naturais da Terra são finitos? Que a nossa região já está saturada? Não, para eles o que importa é o tal “progresso”, a qualquer custo, ou como eles passaram a gostar de chamar nos últimos tempos, “progresso” com “desenvolvimento sustentável”.

Sustentável? Façam me rir.

Aliás, o ser humano é um “troço” muito sinistro. Ele sabe que está conduzindo o Planeta para um abismo com tanto “desenvolvimento”, mas ao invés de parar, não, ele acelera mais ainda.

Um exemplo é a prefeita de Cubatão, Marcia Rosa (PT), que dias atrás, durante o seminário “Petróleo e Gás na Economia 2010”, realizado no Mendes Convention Center, em Santos, na mesa redonda “Áreas disponíveis para o Desenvolvimento da Indústria Naval e Offshore”, afirmou:

“Cubatão é a cidade com a melhor posição estratégica, possui o maior pólo industrial e está preparada para se integrar a esse projeto. Temos dois milhões de metros quadrados de áreas disponíveis, com potencial para ocupação planejada, sendo 600 mil destinados a habitação e 1,4 milhão para fins industriais”.

Será que a prefeita petista desenvolvimentista sabe que esta “área disponível” é de proteção ambiental, manguezal, região estuarina? Claro que sabe, mas negócios são negócios, e os cifrões não sabem o que é Natureza, não respeitam os seres vivos.

E é tão fácil enganar o povo com promessas de "geração de mais emprego". Um povo ignorante, submisso, sem compromisso, individualista, adestrado em valores consumistas, que não questiona quase nada, principalmente em termos ambientais.

Por outro lado, será que a senhora prefeita sabe que a indústria naval é extremamente agressiva ao meio ambiente, espoliadora dos recursos naturais, desde a extração dos minérios para fazer o aço até a ponta final, quando os navios já estão circulando pelos mares?

Desenvolvimento é respirar ar puro, com aromas naturais e cheiros agradáveis, beber água pura, nadar em águas boas para a saúde, ter uma Natureza selvagem... Enfim, esta prefeita, e seus pares, deveria é ter vergonha de falar de meio ambiente.

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