"O anarquismo defende a possibilidade de organização sem disciplina, temor ou punição, e sem a pressão da riqueza."

emma goldman

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2011/02/22

extraindo conceitos

25.11.07

Carta para as futuras gerações [01/06]


 por Ilya Prigogine

IIya Prigogine é cientista de origem russa, nascido em Moscou, em 1917. Vive na Bélgica desde os 12 anos. 
Em 1977, recebeu o Prêmio Nobel de Química. 
É autor de O Fim das certezas (Ed. Unespi e A Nova Aliança (Ed. UnB), entre outros.



para o Caderno Mais!, da FSP, de 30/01/2000



Escrevo esta carta na mais completa humildade. Meu trabalho é no domínio da ciência. Não me da qualquer qualificação especial para falar sobre o futuro da humanidade. 


As moléculas obedecem a ''leis"As decisões humanas dependem das lembranças do passado e das expectativas para o futuro. 


A perspectiva sob a qual vejo o problema da transição da cultura da guerra para uma cultura de paz - para usar a expressão de Federico Mayor - se obscureceu nos últimos anos, mas continuo otimista.


De qualquer forma, como poderia um homem da minha geração - nasci em 1917 - não ser otimista? Não vimos o fim de monstros como Hitler e Stalin


Não testemunhamos a miraculosa vitória das democracias na Segunda Guerra Mundial? 


No final da guerra, todos nós acreditávamos que a História recomeçaria do zero, e os acontecimentos justificaram esse otimismo.


Os marcos da era incluem a fundação da Organização das Nações Unidas e da Unesco, a proclamação dos direitos do homem e a descolonização. 


Em termos mais gerais, houve o reconhecimento das culturas não européias, do qual derivou uma queda do eurocentrismo e da suposta desigualdade entre os povos "civilizados e os ''não-civilizados"


Houve também uma redução na distância entre as classes sociais, pelo menos nos países ocidentais.


Esse progresso foi conquistado sob a ameaça da Guerra Fria. No momento da queda do Muro de Berlim, começamos a acreditar que enfim seria realizada a transição da cultura da guerra para a cultura da paz. 


No entanto a década que se seguiu não tomou esse rumo. 


Testemunhamos a persistência, e até mesmo a ampliação, dos conflitos locais, quer sejam na África, quer nos Bálcãs. 


Isso pode ser considerado, ainda, como um resultado da sobrevivência do passado no presente. No entanto, além da ameaça nuclear sempre presente, novas sombras apareceram: 


o progresso tecnológico agora torna possível guerras travadas premindo botões, semelhantes de alguma forma a um jogo eletrônico.

segue...
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