Probabilidade e irreversibilidade [02]
por Ilya Prigogine [nascido (25/ 01/ 1917 ~ 28/ 05/ 2003) russo, e naturalizado belga;
físico-químico;
especializado em
sobreestruturas dissipativas,
sistemas complexos
e irreversibilidade;
e ganhador do Prêmio Nobel de Química de 1977]
Assim chegamos à primeira questão, à primeira contradição que herdamos do século dezenove:
como podem Boltzmann e Darwin ter ambos razão?
como podem Boltzmann e Darwin ter ambos razão?
Como podemos descrever, de um lado, a destruição das estruturas e, do outro, os processos que comportam a auto-organização?
No entanto, ambos os processos usam elementos comuns: a idéia de probabilidade (expressa, na teoria de Boltzmann, em termos de colisão entre partículas) e a irreversibilidade, que emerge como resultado da descrição probabilista.
Mas, antes de explicar de que modo Boltzmann e Darwin tenham ambos razão, analisemos a segunda contradição. As problemáticas que enfrentamos agora são muito mais profundas do que a oposição entre Boltzmann e Darwin.
O protótipo da física clássica é a mecânica clássica, o estudo do movimento, a descrição das trajetórias que conduzem um ponto da posição A à posição B. Os dois traços fundamentais da descrição dinâmica são o seu caráter determinista e o reversível.
Uma vez indicadas as condições iniciais, podemos predizer rigorosamente a trajetória. Portanto, em nível dinâmico, parece não haver lugar para a causalidade ou para a irreversibilidade.
De certo modo, a situação permanece idêntica na teoria dos quanta, onde falamos de função de onda e não de trajetórias. De novo, a função de onda evolui segundo a lei determinista reversível.
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