"O anarquismo defende a possibilidade de organização sem disciplina, temor ou punição, e sem a pressão da riqueza."

emma goldman

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2011/09/19

pensamento pragmático

 n. 217, 6 de setembro de 2011. Ano V


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a leste e a oeste

Cenas de gente nadando na piscina de Kadafi vieram acompanhadas de declarações de um dos seus filhos de que a guerra continuará. Aqueles que a mídia nomeou de  “rebeldes” festejam uma suposta vitória e o suporte diplomático-militar ocidental, enquanto o ditador segue esbravejando. Especula-se, então, o que será da Líbia. Mais um país arejado pela Primavera Árabe? É o que afirmaram governantes, jornalistas, diplomatas. Enquanto isso, a oeste de Trípoli, onde a tal primavera começou, está o “novo” governo da Tunísia formado pelo segundo escalão da ditadura anterior; a leste, onde a primavera continuou, estão os militares egípcios que instauraram uma ditadura no lugar da outra. Todos, no entanto, desempenhando o papel de garantidores da transição à democracia com o apoio em grana, bala e muita diplomacia dos democráticos e humanitaristas ocidentais.

à direita e à esquerda

Levar a democracia ao norte da África é o objetivo que explicita uma composição entre progressistas e direitistas europeus. Pacificar os árabes do Magreb significa acalmar convulsões políticas dando continuidade aos negócios do petróleo, ao mesmo tempo em que ajuda a fixar os africanos na África, evitando que cruzem o Mediterrâneo para tentar a vida na Europa. Por isso, democracia, direitos humanos e desenvolvimento para os árabes do deserto são projetos que satisfazem tanto humanitaristas quanto xenófobos. Assim, de consciência limpa e ódio saciado, respiram melhor europeus à esquerda e à direita.

sem norte ou sul

Pelas vastidões do Saara caminham povos sem pouso.  São “tribos”, berberes, tuaregues. No oceano de areia, escaldante de dia e gélido à noite, esses homens circulam, percursos vários, há séculos. Participaram  de composições efêmeras com monarquias, impérios, colônias e deles se apartaram. Foram combatidos; combateram. Muitos se sedentarizaram e viraram governo, outros querem ser um. Outros, ainda, seguem passando. Na Líbia, na Tunísia, no Egito... o que se passa?

extrato do

flecheira libertária  (comentários semanais do Nu-Sol sobre pessoas, coisas e o planeta) nº 217, 6 de setembro de 2011. ano V


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