"O anarquismo defende a possibilidade de organização sem disciplina, temor ou punição, e sem a pressão da riqueza."

emma goldman

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2012/03/07

indicação de leitura

Deus e o Estado




·         Autor: Mikhail Bakunin
·         Tradutor: Plínio Augusto Coêlho
·         ISBN: 978-85-7715-23
·         Ano: 2011
·         Edição: 1ª
·         Páginas: 132

           Deus e o Estado  é um fragmento do livro O império cnuto-germânico e a revolução social, extraído e publicado, ainda no século XIX, primeiramente por Carlo Cafiero e Élisée Reclus, e, posteriormente, por Max Nettlau. Escrito em 1871, Deus e o Estado é um texto filosófico, fundamental para a compreensão do pensamento bakuniniano, que condensa a maior parte dos principais temas debatidos pelo autor em sua fase anarquista: o método dialético, o evolucionismo e o naturalismo, o papel da ciência, os conceitos de liberdade e de livre-arbítrio e o materialismo.
           
           
Mikhail Alexandrovitch Bakunin (Tver, 1814--Berna, 1876) foi um revolucionário russo que contribuiu, determinantemente, em teoria e prática, para o desenvolvimento do anarquismo na Europa ocidental, tendo influência nos rumos do movimento de trabalhadores, em nível mundial. Bakunin nasceu em uma família de nobres russos, foi educado em casa e seguiu aos 14 anos para a carreira no exército, abandonando-a em 1835. Vai a Moscou, onde participa do círculo de Stankevitch, apaixonando-se pelo romantismo e pelo idealismo alemão, especialmente por Fichte e Hegel. Em 1840, vai a Berlim onde integra-se à esquerda hegeliana e publica artigos. Converte-se ao comunismo e toma contato com a causa dos eslavos, ingressando na luta contra o imperialismo. Influencia-se na relação com P.-J. Proudhon e tem contato com Marx. Participa, em 1848, dos levantes na França e da Insurreição de Praga, e, em 1849, prepara a Insurreição da Boêmia e destaca-se como comandante militar do levante de Dresden. Preso, permanece na prisão e no exílio com trabalhos forçados de 1849 a 1861, quando foge, chegando a Londres. Logo integra-se à vida política, escrevendo e atuando; vai, em 1865, para a Itália, onde desenvolve intenso trabalho de propaganda e organização, fundando a Fraternidade Internacional, uma organização política secreta. Participa dos Congressos da Liga da Paz e da Liberdade em 1867 e 1868, quando a maioria dos membros da Liga nega-se a aceitar o programa socialista, federalista e antiteísta que propunha. Esse fato fez com que Bakunin e outros militantes rompessem e fundassem a Aliança da Democracia Socialista. É somente em meados dos anos 1860 que Bakunin adere completamente ao anarquismo, fato que se consolida com sua entrada na Internacional. Produz, nesse momento, diversos escritos e envolve-se nas discussões de seu tempo. Exerce ampla influência na Internacional, especialmente nos países latinos. Ameaçando a hegemonia de Marx, é expulso em 1872, quando funda, com um amplo setor egresso da Internacional, a Internacional  “Antiautoritária”. Participa da Insurreição de Bolonha em 1874 e, ao final da vida, retira-se da política e falece na Suíça em 1876.             
            
 Plínio Augusto Coêlho é tradutor desde 1984, quando fundou a Novos Tempos Editora, em Brasília, dedicada à publicação de obras libertárias. A partir de 1989, transfere-se para São Paulo, onde cria a Editora Imaginário, mantendo a mesma linha de publicações e traduzindo dezenas de obras. É o maior tradutor e editor das obras de Bakunin em português, incluindo, dentre suas traduções, Federalismo, socialismo e antiteologismo (Cortez, 1988), O princípio do Estado e outros ensaios (Hedra, 2008), Estatismo e anarquia (Imaginário/Ícone, 2003) e Revolução e liberdade: cartas (Hedra, 2010). É idealizador e cofundador do IEL. (Instituto de Estudos Libertários).
          

Alex Buzeli Bonomo é mestre em História Social pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. Sua dissertação desdobrou-se nos livros O anarquismo em São PauloOs anarquistas e os sindicatos no Brasil e  O anarquismo e a esquerda política no Brasil, publicados independentemente em 2010. 
            
Série Estudos Libertários reúne obras, em sua maioria inéditas em língua portuguesa, que foram escritas pelos expoentes da corrente libertária do socialismo. Importante base teórica para a interpretação das grandes lutas sociais travadas desde a segunda metade do século XIX, explicitam a evolução da ideia e da experimentação libertárias nos campos político, social e econômico, à luz dos princípios federalista e autogestionário.


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