O
movimento revolucionário no capitalismo moderno
paul cardan
[pseudônimo de cornelius castoriadis]
A luta operária no plano econômico
exprimiu-se sobretudo pelas reivindicações de salário, às quais o capitalismo
opôs uma resistência encarniçada durante muito tempo. Tendo perdido a batalha
nesse plano, ele acabou por adaptar-se a uma economia cujo fato dominante, do
ponto de vista da procura, é o acréscimo regular da massa dos salários tornada
base de um mercado constantemente ampliado de bens de consumo. Esse tipo de
economia em expansão em que vivemos é, no essencial, produto da pressão
incessante exercida pela classe operária sobre os salários – e seus problemas
principais resultam desse fato… Assim (e também em função de outros fatores)
depois de ter resistido muito tempo à ideia da intromissão do Estado nos
negócios econômicos (considerada como “revolucionária”
e “socialista”) o capitalismo chega
finalmente a adotá-la, e a desviar em seu proveito a pressão operária contra as
consequências do funcionamento espontâneo da economia, para instaurar, através
do Estado, um controle da economia e da sociedade, servindo em fim de contas
seus interesses.
in:
Socialisme et Barbarie,
n.º 32, 1961, pág. 93, Paul Cardan [pseudônimo de Cornelius Castoriadis], num
magnífico ensaio sobre Le mouvement révolutionnaire sous le capitalisme
moderne.
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