"O anarquismo defende a possibilidade de organização sem disciplina, temor ou punição, e sem a pressão da riqueza."

emma goldman

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2008/11/20

visões antropofágicas

Desde a tenra infância, a criança – alheia ao ritmo frenético da vida – é ‘colada’/ posta diante dos munitores/ tv(s)/ babás/ monitores...
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E deixa de se sentir incomodada com as suas necessidades fisiológicas, portanto mil e uns excrementos são tolerados/ absorvidos pelos seus sentidos, que ainda estão em processo de formatação. É um ‘conforto’ que se instala em seu viver, proveniente deste processo manipulatório das suas necessidades primarias.

Nada de chororó, pois sendo o choro/ a desobediência a virtude original do homem (Oscar Wilde) é premente que todos se calem/ acomodem-se diante do ‘controle’ da vida, vida esta que deve ser, para o sistema vigente, sem críticas, sem revoltas, sem autonomia!!

É o império do silêncio que se instala na sala de estar entre pais e filhos; na sala de aula diante de um professor que trava diálogos ideológicos com paredes revestidas em cores insossas e sem brilho; na sala de espera, digo, nas filas quilométricas do atendimento médico; no balcão de emprego, onde se busca uma modulação padrão para selecionar o mais obediente; no salão de oração, onde ouvimos repetidamente que o silêncio é – e sendo indicado como tal – o único caminho para galgar aos céus.

E também nas salas da vida, onde realiza-se como lei, constata-se que impere o silêncio de uma servidão voluntária, servidão esta imposta pela melhor babá do mundo: a eletrônica com cores e sons acalentadores das necessidades/ inseguranças/ medos determinados por padrões exógenos a uma vida solidária, e em coletividade.

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