"O anarquismo defende a possibilidade de organização sem disciplina, temor ou punição, e sem a pressão da riqueza."

emma goldman

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2009/05/28

extraindo conceitos


A autoridade que atomiza a sociedade sob o peso de uma uniformidade inorgânica, disfarçadas de organização, e a solidariedade espontânea que constrói na base dos órgãos vitais da vida associada, cujo processo culmina na liberdade, são os dois pólos opostos da vontade de poder, natural no homem.

Não se deseja voltar a explicar a história, como no cristianismo primitivo, como uma luta entre Deus e Satanás; mas é necessário reconhecer a importância – por demasiado tempo esquecida – que o elemento divino e o demoníaco (ou, se preferir, o elemento humano e o bestial) têm no coração e na ação dos homens.

Tudo bem. Pode-se dizer que o socialismo tem sua mesma base neste aspecto sadio da vontade de poder, cujo instrumento é a associação que multiplica ao infinito as projeções do esforço individual.
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Hoje, as exigências da vida material, habilmente exploradas por uns poucos que se fazem donos das consciências comprando-as com o indispensável pão, representam para os demais uma barreira insuperável, que os amontoa na ignorância e na miséria.
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Dando aos produtores e aos consumidores a posse coletiva dos meios de produção e dos meios de consumo, o socialismo liberta as comunidades humanas do predomínio obsessivo do fator econômico, transformando a cobiça hostil em esforço comum de exploração das riquezas naturais.

O socialismo é, por isto, a verdadeira libertação do indivíduo, libertação esta que vimos iniciar-se (já que a luta, a aspiração, já são uma libertação) através de muitas tentativas insurrecionais e através do movimento operário e do cooperativo, duas formas diversas – facilmente degeneráveis, mas sãs nas suas fontes – da defesa da vida e da dignidade da pessoa contra o sistema do benefício capitalista ["que criam para si ou protegem nos outros posições economicamente privilegiadas"].

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* excerto do livro
....O CAMINHO
Até o Socialismo sem Estado.
Em cada passo a realidade da meta,
.......................................................de Luce Fabbri.
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Editora Achiamé (Rio de Janeiro)

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