"O anarquismo defende a possibilidade de organização sem disciplina, temor ou punição, e sem a pressão da riqueza."

emma goldman

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2010/04/07

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hypomnemata 119

Boletim eletrônico mensal
do Nu-Sol - Núcleo de Sociabilidade Libertária
do Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC-SP
n. 119, março de 2010


O libertário e a punição


Um reacionário legalista avança sobre a palavra libertário para vinculá-la ao direito penal.


Diante disso é preciso dizer: não há direito penal libertário.


Libertário é uma palavra de anarquistas. E os anarquistas inventaram, já no século XIX, seu sinônimo e seu uso como forma de combater e escapar do direito e do sistema penal. Como forma de se fazer e permanecer livre.


Diante disso é preciso dizer, de novo: não há direito penal libertário.


A etimologia da palavra libertário designa uma relação indissociável entre luta e liberdade. E não se confunde com a luta subordinada a uma questão de classes. A luta que provém da própria palavra libertário tem por alvo, também, a ruína do sistema penal. Mas não só.


Um libertário volta-se contra o regime do castigo. É preciso dar um fim ao regime do castigo explícito e dissimulado.


Ao mesmo tempo, é preciso afirmar mais uma vez que a liberdade não é tomada nesta relação cotidiana de luta como uma idéia, uma meta, um valor projetado e encarnado pelo chamado protagonista histórico, ou um bem jurídico a ser garantido por qualquer direito universal.


Aos oportunistas resta a medíocre tarefa de formatar, de diluir as palavras em modelos e suas variações, em bulas e em códigos.


Escudam-se naquilo que lhes é impossível de dar forma: o estranho de uma existência livre.

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“Com que palavra nomear minhas palavras inomináveis”

Samuel Beckett


www.nu-sol.org


p.s.: a ilustração foi acrescentada pelo"homem revoltado".

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