SEGUNDA-FEIRA, 17 DE MAIO DE 2010
Centro de Cultura Social
Rua Gal. Jardim nº 253 – sala 22 – Vila Buarque (metrô República)
"Escrever... é um sono mais profundo que a morte... assim como ninguém tiraria um cadáver do seu túmulo, eu não posso ser tirado da minha secretária à noite."
Franz KafkaBREVE ARTIGO SOBRE “O PROCESSO”,
livro de FRANZ KAFKA
por Juliana Silva Valis
Em uma manhã aparentemente corriqueira, Josef K., um jovem procurador de banco, foi surpreendido em sua residência por dois guardas que vieram comunicar-lhe a respeito de um processo que estava sendo movido contra ele. Pensando se tratar de uma brincadeira, Josef K. inicialmente não levou os guardas a sério.
Como desconhecia o motivo pelo qual estava sendo processado, K. supôs que tal situação não passasse de uma mera artimanha tramada por seus colegas de banco, a fim de surpreendê-lo.
Posteriormente, K. teve encontro com um inspetor que lhe certificou acerca de sua detenção; sem, contudo, esclarecer as razões que nortearam o processo.
No dia em que completara 31 anos, Josef K. foi morto à porta de sua casa, desconhecendo completamente os motivos pelos quais havia sido processado durante un ano.
Esse romance de Franz Kafka constitui uma grande crítica metafórica a todos os mecanismos jurídicos que, de fato, demonstram aspectos obscuros e incompreensíveis à maioria da população.
É claro que “O processo” de Kafka, certamente tão instigador como a obra “Metamorfose”, suscita complexos debates acerca das metáforas contidas na história, denotando todas uma certa perplexidade humana.
Em rápida abordagem deve-se vislumbrar que Josef K. é um personagem tão verossímil quanto o problema por ele enfrentando diante de labirintos jurídicos e sociais, constantemente vagos ou obscuros.
Ainda hoje, quantos “Josefs K.”. existirão, andando feito fantoches sob as incertezas da justiça humana?
Certamente, essa obra de kafka ainda renderá muitas divagações sobre nossa vulnerabilidade diante dos atos jurídicos do Estado, que freqüêntemente afronta seus cidadãos.
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