Negras tormentas,
por Alexandre Samis
Conforme colocado pelo professor Wallace dos Santos de Moraes na orelha do livro, a presente obra “deve ser saudada com uma grande festa, tanto pela comunidade acadêmica como pelos leitores em geral”. Ele continua:
“O leitor do século XXI deve colocar três grandes questões sobre a Comuna de Paris:
1) Como foi possível realizá-la?
2) Como foi seu desenvolvimento?
3) Qual foi seu legado?
A obra de Samis trata dessas questões de forma magistral, respondendo-as sempre no plural, isto é, chamando a atenção para os diversos fatores que influenciaram na possibilidade, na necessidade e nos resultados da eclosão da Comuna.
Para além disso, aquele que se debruçar sobre a obra terá a oportunidade de conhecer a gênese desse episódio nos seus aspectos mais longínquos.
Para além disso, aquele que se debruçar sobre a obra terá a oportunidade de conhecer a gênese desse episódio nos seus aspectos mais longínquos.
Com efeito, o leitor é presenteado com o conhecimento da história política e social francesa do século XIX por meio da narrativa dos fatos, e também conhece o rico debate entre seus intérpretes.
Ademais, a história da Associação Internacional dos Trabalhadores e o grande debate entre anarquistas, marxistas e outras correntes políticas são passados em revista.
A partir destas discussões, a Comuna de Paris é inserida em seu contexto. É esse o grande mérito do autor, diferenciando-se de outros que a tratam por si mesma, como se tivesse nascido do nada.
Ademais, a história da Associação Internacional dos Trabalhadores e o grande debate entre anarquistas, marxistas e outras correntes políticas são passados em revista.
A partir destas discussões, a Comuna de Paris é inserida em seu contexto. É esse o grande mérito do autor, diferenciando-se de outros que a tratam por si mesma, como se tivesse nascido do nada.
No livro de Samis, a eclosão da Comuna é vista como resultado de todo um acúmulo de lutas e questões sociopolíticas que estavam na ordem do dia na Europa no século XIX.
Assim, o autor, com propriedade -- apropriando-se do conceito de autoinstituição de Castoriadis --, nega que a Comuna tenha sido a última revolução plebeia e também a primeira revolução proletária.
Ela é posta no seu devido lugar: como evento autônomo e coberto de idiossincrasias.
Assim, o autor, com propriedade -- apropriando-se do conceito de autoinstituição de Castoriadis --, nega que a Comuna tenha sido a última revolução plebeia e também a primeira revolução proletária.
Ela é posta no seu devido lugar: como evento autônomo e coberto de idiossincrasias.
Para o bem do leitor e da teoria, trata-se de uma pesquisa que discute muito mais do que aquilo que se propõe -- e que é ainda mais abrilhantada pelo prefácio de René Berthier, francês e estudioso do tema.”
Publicado nesse ano que marca os 140 anos da Comuna de Paris, Negras tormentas, “o livro, hoje”, considera Moraes, “é a principal referência sobre o estudo da Comuna de Paris já publicado no país”.
Publicado nesse ano que marca os 140 anos da Comuna de Paris, Negras tormentas, “o livro, hoje”, considera Moraes, “é a principal referência sobre o estudo da Comuna de Paris já publicado no país”.
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Alexandre Samis é doutor em História pela Universidade Federal Fluminense e professor do Colégio Pedro II. É autor dos livros Clevelândia: anarquismo, sindicalismo e repressão política no Brasil (Imaginário/Achaimé, 2002) e Minha pátria é o mundo inteiro: Neno Vasco, o anarquismo e o sindicalismo revolucionário em dois mundos (Letra Livre, 2009).
René Berthier é pesquisador francês, especialista em temas clássicos do socialismo e autor de diversos livros. No Brasil é autor de Poder, classe operária e “ditadura do proletariado” (Imaginário/Faísca, 2010) e Marxismo e anarquismo (Imaginário, 2011).
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