"O anarquismo defende a possibilidade de organização sem disciplina, temor ou punição, e sem a pressão da riqueza."

emma goldman

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2012/05/22

extraindo conceitos


Centro de Cultura Social
26-05-2012, 18h
Rua General Jardim, 253 sala 22 – São Paulo/SP 

Revista de Ciências Sociais “Política & Trabalho”
(número 36 – abril de 2012)
Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Universidade Federal da Paraíba/UFPB
Dossiê Estudos Anarquistas Contemporâneos
Organização: Nildo Avelino e Loreley Garcia

Judith Butler, Jesús Sepúlveda, Ruth Kinna, Daniel Colson, Salvo Vaccaro, Saul Newman, John Zerzan, Paulo-Edgar Almeida Resende, Margareth Rago, Silvio Gallo, Nildo Avelino, Bruno Andreotti, Adriano de León.

mais:
Ana Godoy – Antonio Motta – Pompilio Lockse Marília Veríssimo Veronese – Edson Lopes. 

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Sílvio GALLO, "ANARQUISMO E EDUCAÇÃO: os desafios para uma pedagogia libertária hoje":

"Falar em educação ou em pedagogia hoje implica, assim, em pensar em termos de singularidades, não mais de sujeitos ou indivíduos. A singularidade é sempre parte de um múltiplo (ou coletivo, se preferirmos essa palavra, para dar uma conotação mais política), indissociável da multiplicidade. É um tipo de individuação, mas de natureza pré-individual, como Deleuze mostra em Lógica do sentido. Uma singularidade é uma atualização de multiplicidades individuais e não é jamais estática, monolítica, como a noção moderna de indivíduo. Uma singularidade está sempre em movimento, impulsionada pela potência do desejo."

Saul NEWMAN, "PÓS-ANARQUISMO: entre política e antipolítica":

[...] o pós-anarquismo não é uma transgressão ou um movimento para além dos termos do anarquismo; não consiste na superação do anarquismo, em vez disso, funciona em seu interior engajado
constantemente com seus limites, invocando uma força de fora para repensar e transformar esses limites.

Ao fazer isso, ele modifica o campo discursivo do anarquismo sem abandoná-lo efetivamente.

Judith BUTLER, "Sobre Anarquismo":
Sílvio GALLO, "ANARQUISMO E EDUCAÇÃO: os desafios para uma pedagogia libertária hoje":

"Ora, não me parece ser outro o projeto anarquista de uma pedagogia libertária... Um projeto aberto, de livre experimentação do pensamento e das práticas, de construção de si mesmo na relação com os outros.

Para além de qualquer projeto moralizante, a contemporaneidade abre novos horizontes para práticas anarquistas em educação."

"Quando a lei se torna um instrumento da violência do Estado (e sua força coercitiva que, de alguma maneira, está sempre implicada com a violência), então há que se engajar em formas de desobediência para exigir outra ordem de lei. Desse jeito há que se tornar o que Althusser denomina "um mal sujeito" ou um anarquista provisório ..."

Paulo-Edga Almeida RESENDE,"AVATARES DO DEVIR FEDERALISTA: atualidade de P.-J. Prodhon.":

"[...], Proudhon esgota o dicionário político:
Ser governado é ser averiguado, inspecionado, espionado, dirigido, legiferado, regulamentado, censurado, comandado por seres que não têm o título, nem a ciência, nem virtude... Ser governado é ser, a cada operação, a cada transação, a cada movimento, anotado, registrado, recenseado, tarifado, timbrado, medido, cotado, cotizado, patenteado, licenciado, corrigido. É ser, sob pretexto de utilidade pública e em nome do interesse geral, taxado, exercido, racionado, explorado, monopolizado, chantageado, pressionado, mistificado, roubado; em seguida á menor resistência, à primeira palavra de queixa, reprimido, multado, vilipendiado, vexado, caçado, brutalizado, abatido, desarmado, garrotado, aprisionado, fuzilado, metralhado, julgado, condenado, deportado, sacrificado, vendido, traído e, como se não bastasse, satirizado, ridicularizado, ultrajado, desonrado. Eis o governo, eis sua justiça, eis sua moral! E dizer que existe entre nós democratas que pretendem que o governo contenha o bem; socialistas que desejam, em nome da liberdade, da igualdade e da fraternidade, essa ignomínia; proletários que colocam sua candidatura à presidência da república! Hipocrisia! [...]." 

Sílvio GALLO, "ANARQUISMO E EDUCAÇÃO: os desafios para uma pedagogia libertária hoje":

"Para pensar uma pedagogia libertária contemporânea a noção deleuziana de singularidade é importante, na medida em que é uma espécie de eco de Nietzsche, trazendo uma vez mais em questão o processo educativo como uma construção de si, tal como pensado por Nietzsche e Stirner [...]. A relação entre individualidade e coletividade, segundo Colson, já está presente em Proudhon, para quem todo coletivo é um indivíduo e todo indivíduo é um coletivo, um ‘composto de potências’."

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